DigitalOps


Avaliação da maturidade tecnológica

OPERAÇÕES DIGITAIS E NOVOS MODELOS OPERACIONAIS

A organização moderna é composta de sistemas, processos e pessoas e os agentes e estruturas se influenciam mútua e recursivamente. A evolução dos sistemas de mainframe até os dias atuais impactam o design organizacional, a forma de como são desenhados as estruturas e os processos dentro de uma organização.

A abordagem biónica busca projetar a tecnologia e a organização humana em torno um do outro, integrando tecnologias e dados com a operação do negócio e buscando criar uma organização altamente adaptável e ágil. Uma organização biónica é aquela que combina tecnologia avançada e talentos humanos para alcançar este objetivo.

DigitalOps

Muitos cargos de suporte digital foram transferidos para a área de operações digitais, o que resultou na criação do conceito de “digital ops” sem uma definição clara da função como um todo.

As funções comuns encontradas em um grupo de operações digitais podem incluir centros de engajamento de clientes digitais, testes de aceitação do usuário digital (UAT e QA), plataformas e ferramentas digitais, gerenciamento de processos e programas ágeis, gerenciamento de conteúdo e ativos digitais, SEO, dados, análises e gerenciamento de tags.

DigitalOps, abreviação de operações digitais, é uma abordagem ampla que se concentra nas operações digitais de uma empresa, incluindo a automação de processos, o gerenciamento da nuvem, a gestão de dados, operação de aprendizado de máquina, DevOps, FinOps etc… . Essas abordagens diferentes são combinadas para aumentar a eficiência e a eficácia das operações digitais, tornando-as mais ágeis, escaláveis e adaptáveis às mudanças no mercado e nas necessidades dos clientes.

DigitalOps é um termo que descreve como pessoas e sistemas trabalham juntos para executar operações de negócios. Praticar DigitalOps significa descobrir, modelar, analisar, combinar, estender e otimizar processos de negócios de uma forma que conduza a melhoria contínua do desempenho.

DigitalOps é uma abordagem para gerenciar a infraestrutura e os processos de desenvolvimento, implantação e manutenção de aplicativos digitais de forma automatizada, escalável e resiliente, utilizando ferramentas e práticas modernas de tecnologia da informação.


O DigitalOps dá às empresas agilidade para sobreviver em um mundo em constante mudança. A experiência do cliente (CX) substituiu a redução de custos como o principal motivador para a melhoria do processo, mas é a transformação digital do negócio que é a principal prioridade.

Fonte


DigitalOps segue a mesma filosofia CALMS (Cultura, Automatização, Lean, Medição, Compartilhamento) de outras abordagens de XOps, como DevOps, concentrando-se em desmantelar obstáculos, ultrapassar fronteiras de equipes específicas e promovendo uma colaboração mais estreita e eficiente entre equipes multidisciplinares.

DigitalOps é um processo que envolve a vinculação de operações de negócios e plataformas digitais e permite a automação de tarefas e processos, integrações de plataformas e verticais, para frente (clientes) e para trás (fornecedores), entre sistemas internos e externos, e desenvolvimentos próprios.

DigitalOps é o conceito de infundir aos processos de negócios agilidade, inteligência e automação para criar modelos operacionais que melhorem o desempenho e encantem os usuários e a excelência operacional acontece quando criamos um fluxo de melhoria contínua visível para todos os envolvidos no processo.

A organização como plataforma

Para implementar uma plataforma de DigitalOps, é necessário ter uma arquitetura corporativa bem definida que suporte a integração de sistemas e tecnologias, orquestração de processos de negócios e entrega de valor em tempo real. A arquitetura corporativa permite que os líderes de operações digitais compreendam como seus sistemas e processos trabalham juntos para fornecer valor aos clientes.

Uma plataforma voltada para integrar as atividades de negócios de uma organização pode ser vista como uma meta-organização que tem como objetivo reunir diferentes áreas e equipes da organização em torno de uma plataforma comum, que permite a colaboração e a interconexão de processos e dados.

Uma perspectiva sobre organizações como plataformas ou contextos, dos quais estruturas específicas são extraídas, experimentadas e descartadas de maneira pragmática. Uma plataforma é uma meta-organização, um contexto formativo que molda estruturas e rotinas, moldando-os em formas conhecidas, como hierarquia, matriz e até mesmo rede, mas com uma base altamente volátil. Portanto, a organização da plataforma pode parecer confusa e ineficiente, mas seu valor está em sua prontidão para adotar qualquer forma organizacional necessária sob as circunstâncias. Em outras palavras, essa perspectiva vê as organizações como entidades adaptativas que mudam sua estrutura e rotinas para atender às necessidades do ambiente em constante mudança, e a plataforma é um meio para possibilitar essa adaptabilidade. (1996)

A plataforma poderia oferecer funcionalidades como compartilhamento de informações em tempo real, automação de processos, monitoramento de métricas e análise de dados, permitindo que as diferentes áreas da empresa trabalhem juntas de maneira mais eficiente e produtiva.

Além disso, a plataforma poderia permitir a integração com outros sistemas externos, como parceiros de negócios e fornecedores, criando um ecossistema colaborativo que possibilita a criação de novas oportunidades de negócios e parcerias estratégicas.

Five Ways to Make Platform-Based IT Organizations Work

SOA significa arquitetura orientada a serviços (Service Oriented Architeture), apesar do nome não é uma arquitetura concreta, mas sim um paradigma de desenvolvimento e manutenção de sistemas distribuídos, uma abordagem ou estilo de projeto de como planejar, projetar e distribuir serviços (ou microsserviços) de forma independente e alinhadas aos objetivos de negócio dessa buscando produtividade e agilidade nos desenvolvimentos para os sistemas das empresas.
Os serviços são a base da arquitetura SOA, um serviço é uma representação de uma funcionalidade de forma autossuficiente.
Os serviços ficam armazenados em um repositório de serviço onde eles podem ser localizados e podem ser invocados ou demandados quando a gente precisa disso.
Os serviços podem ser combinados, eles podem ser compostos gerando funcionalidade e dão origem a sistemas ou soluções maiores.
O BPM (Business Process Management) é o gerenciamento por processos e ajuda na construção da arquitetura SOA, pois os serviços precisam primeiro ser identificados e o mapeamento de processos têm as informações necessárias para identificar os serviços candidatos para o SOA. Os processos têm as atividades, informações do que entra e do que sai, dos requisitos e regras de negócio, pontos de decisão e é justamente a partir destes elementos que buscamos os serviços candidatos.

Domain driven design é uma abordagem para construir softwares aonde o contexto de um domínio de negócio é mapeado diretamente ao sistema, ou seja, o sistema reflete muito proximamente a estrutura organizacional, possibilitando criar um ‘mapa’ compartilhado e vivo de sua organização, e normalmente é utilizado no desenvolvimento de microsserviços.

A abordagem de Arquitetura Orientada a Serviços (SOA) busca por interoperabilidade, reúso e integração de sistemas distribuídos, já os microsserviços, trazem independência tecnológica, padronização e maior facilidade de manutenção e evolução. É uma abordagem sugerida quando se possui requisitos de negócios complexos e em constante mudança.

Ao projetar uma organização como plataforma, é possível criar uma estrutura flexível, escalável e orientada a serviços que permita a integração de diferentes departamentos, equipes e processos de negócios. As características desse processo incluem identificar processos críticos de negócios, criar uma arquitetura orientada a serviços, definir interfaces de serviço e políticas de acesso e segurança, implementar um catálogo de serviços e monitorar o desempenho da plataforma. Os benefícios incluem melhorar a eficiência e a eficácia dos processos de negócios. É importante adotar uma abordagem iterativa e flexível para permitir a evolução contínua da plataforma e atender às necessidades em constante mudança do negócio e dos usuários.

DataOps e a cultura de dados

Para obter sucesso na transformação digital, é essencial estabelecer uma cultura de dados sólida, baseada na definição de métricas e orientação por dados.

A infraestrutura moderna de dados (modern data stack) é a base estrutural dos dados de uma organização, e sustenta o analytics, ou modern analytics stack (MAS), que é a ligação entre dados brutos com a inteligência de negócios, ou seja, é um sistema integrado de aplicativos que coleta, combina, analisa e realiza o valor dos dados para empresas e é responsável por:
1) Coleta e integração de dados; 2) Data warehousing; 3) Business
intelligence (BI); 4) Machine learning; 5) Distribuição

A abordagem Data Mesh (Malha de Dados) tenta resolver o gargalo na TI em relação as demandas de dados e segue quatro princípios, que segundo Zhamak, são necessários para qualquer implementação do data mesh atingir os resultados esperados de escala, qualidade e integridade dos dados: (1) arquitetura de dados descentralizada orientada ao domínio; (2) dados disponibilizados como produto; (3) infraestrutura para disponibilizar os dados como self-service; (4) governança federada para permitir a interoperabilidade dos domínios. Cada princípio leva a uma nova visão lógica da arquitetura técnica e da estrutura organizacional.

DataOps é uma metodologia automatizada e orientada a processos, usada por equipes analíticas e de dados, para melhorar a qualidade e reduzir o tempo de ciclo da análise de dados.
MLOps é um conjunto de práticas que visa implantar e manter modelos de
aprendizado de máquina em produção de maneira confiável e eficiente.
BigData é a tecnologia para o processamento de dados com grande volume, velocidade e/ou variedade.

GOVERNANÇA E GESTÃO DE DADOS

• Alinhamento estratégico
• Evolução arquitetural, gerir dados, metadados e interoperabilidade
• Risco, segurança, privacidade e compliance

CloudOps e a jornada para a nuvem

CloudOps é uma abordagem que se concentra em gerenciar e otimizar operações relacionadas à nuvem. Isso inclui tarefas como dimensionamento de recursos, gerenciamento de incidentes, monitoramento de desempenho e tomadas de decisão.

Existem três modelos para entrega de tecnologia em nuvem (IaaS, Paas e SaaS) e muitas considerações a serem levadas em conta em relação a migração para a nuvem e na gestão dos ativos digitais, podendo se considerar dois movimentos distintos, um em relação a infraestrutura e o outro em relação as aplicações, seja no cloud “lift and shift” (aonde migra a carga de trabalho atual como está para a nuvem) ou na “application modernization” aonde o sistema legado é modernizado para obter os benefícios da nuvem.

O strangler pattern é uma das possíveis estratégias para modernizar um aplicativo desenvolvendo incrementalmente um novo aplicativo (estrangulador) em torno do aplicativo legado.

A computação nativa em nuvem é bem diferente da computação em nuvem. A computação em nuvem representou uma mudança na forma como as organizações provisionavam, gerenciavam e pagavam por recursos de computação, rede e armazenamento – mas, como diz o truísmo, a nuvem nada mais é do que o computador de outra pessoa.
A computação nativa em nuvem, por outro lado, é diferente. Inclui tudo de
especial sobre a nuvem e, em seguida, adiciona muitas outras diferenças
fundamentais ou “mudanças de mentalidade”.


Mudanças de mentalidade em relação a codificação; implantação,
lançamento e operações de software; integração; arquitetura de aplicativos; e
segurança.

SRE – Engenharia de confiabilidade de sites

SRE é a sigla para Site Reliability Engineering, uma abordagem para gerenciamento de operações de sistemas de tecnologia da informação.

O SRE é uma disciplina que combina habilidades de desenvolvimento de software e conhecimento de infraestrutura e sistemas para criar e manter sistemas de TI altamente confiáveis, escaláveis e eficientes. O principal objetivo do SRE é garantir que um sistema seja capaz de atender aos níveis de serviço acordados (SLAs) e que possa ser escalado de maneira confiável para lidar com o aumento de demanda.

As equipes de SRE geralmente trabalham em estreita colaboração com as equipes de desenvolvimento de software para projetar sistemas que sejam altamente disponíveis e fáceis de operar e manter. Além disso, as equipes de SRE são responsáveis pela detecção e resolução de problemas, automação de processos, gerenciamento de configurações, planejamento de capacidade e gerenciamento de incidentes, entre outras atividades.

DevSecOps: desenvolvimento, segurança e operações

DevOps é uma abordagem que se concentra em aumentar a colaboração entre equipes de desenvolvimento e operações para tornar as operações mais ágeis e eficientes. Ele permite que as equipes de desenvolvimento e operações trabalhem juntas para automatizar e padronizar processos, melhorando a qualidade do software e a velocidade de entrega.

O ponto de partida do DevOps é a esteira de integração e entrega continua.
O CALMS é um acrônimo para Culture (Cultura), Automation (Automação),
Lean (Metodologia Lean), Measurement (Mensuração) e Sharing
(Compartilhamento) e da sustentação a adoção de processos DevOps,

A engenharia de plataforma (Plataform Engineering) é a disciplina de projetar e construir cadeias de ferramentas e fluxos de trabalho que permitem recursos de autoatendimento para organizações de engenharia de software na era nativa da nuvem. Os engenheiros de plataforma fornecem um produto integrado geralmente chamado de “Plataforma interna de desenvolvimento” (Internal Developer Platform) que cobre as necessidades operacionais de todo o ciclo de vida de um aplicativo.


A engenharia de plataforma ajuda as operações a estruturar sua configuração e garantir que a infraestrutura esteja alinhada aos requisitos do software permitindo o autoatendimento do desenvolvedor, propiciando uma melhor experiência do desenvolvedor, aumentando sua produtividade e satisfação.

Glossário:

  • IAC (Infrastructure as Code) é uma abordagem para gerenciamento de infraestrutura que se baseia na descrição de recursos de infraestrutura como código, permitindo que eles sejam gerenciados e automatizados de forma semelhante ao código de aplicativos.
  • GitOps é uma abordagem para gerenciamento de configurações de infraestrutura e aplicativos que se baseia no uso de ferramentas de controle de versão, como o Git, para gerenciar e automatizar as operações de infraestrutura.
  • AIOps é uma abordagem para gerenciamento de operações que se concentra em como integrar, através dos dados de monitoramento e observabilidade, a inteligência artificial e a automação em operações de TI.
  • FinOps é uma abordagem para gerenciamento de custos de operações que se concentra em como gerenciar e otimizar os custos relacionados às operações de TI. Isso inclui tarefas como monitoramento de custos, gerenciamento de projetos e tomadas de decisão.

Integração de sistemas como base para uma estratégia de Plataforma: Impulsionando a Agilidade Operacional

A integração de sistemas é fundamental em uma estratégia de plataforma, pois permite a criação de uma arquitetura de referência que suporta a adaptação constante da empresa às mudanças do ambiente de negócios. Essa estratégia envolve a abstração dos serviços externos, a criação de catálogos de serviços e dados e a adoção de uma mentalidade orientada a serviço.

A abstração dos serviços externos é importante porque permite que a plataforma de integração seja independente de fornecedores externos. Isso significa que, mesmo que um fornecedor externo mude sua oferta de serviços ou deixe de existir, a plataforma interna de integração ainda poderá funcionar normalmente, desde que seus próprios serviços internos sejam mantidos.

Para que a plataforma seja efetiva, é necessário criar catálogos de serviços e dados que permitam que as equipes de desenvolvimento e operações possam encontrar e utilizar rapidamente os serviços e dados disponíveis. Esses catálogos devem ser atualizados regularmente e devem ser acessíveis a todos os membros da equipe, a fim de permitir a colaboração e a inovação.

Uma arquitetura de referência também é fundamental para garantir que a plataforma de integração suporte as necessidades em constante mudança da empresa. Essa arquitetura deve ser adaptativa, ou seja, capaz de evoluir ao longo do tempo para atender às necessidades do negócio. Isso significa que a arquitetura deve ser projetada de forma modular, com serviços independentes que possam ser facilmente adicionados ou removidos conforme necessário.

Finalmente, a adoção de uma mentalidade orientada a serviço é fundamental para garantir que a plataforma de integração seja usada de forma eficaz. Isso significa que as equipes devem se concentrar em criar serviços independentes, reutilizáveis e escaláveis que possam ser facilmente combinados para criar soluções empresariais complexas.

Em resumo, uma estratégia de plataforma baseada na integração de sistemas é essencial para garantir que uma empresa possa se adaptar rapidamente às mudanças do ambiente de negócios. A abstração dos serviços externos, a criação de catálogos de serviços e dados e uma arquitetura de referência adaptativa são essenciais para garantir a eficácia da plataforma. Além disso, a adoção de uma mentalidade orientada a serviço ajuda a garantir que a plataforma seja usada de forma efetiva e possa suportar as necessidades de negócios em constante mudança.

BizOps e DigitalOps: Aumentando a agilidade e eficiência operacional na transformação digital

Enquanto o DigitalOps é o centro dos processos de transformação digital, orquestrando sistemas e recursos para fornecer valor em tempo real por meio de uma plataforma digital, o BizOps é uma metodologia que visa integrar as equipes de negócios e de TI para alinhar as prioridades dos negócios e a entrega de valor.

Biz-Ops Operating Model

Dessa forma, o BizOps é uma disciplina de negócios que fornece a visibilidade e a colaboração necessárias para impulsionar a transformação digital por meio do uso de uma plataforma digital habilitada para a entrega de valor em tempo real. Isso permite que as empresas identifiquem as oportunidades de negócio e as mudanças necessárias para aproveitar essas oportunidades com eficiência e eficácia, melhorando a agilidade organizacional e os resultados dos negócios.

Em resumo, DigitalOps é o centro dos processos de transformação digital de uma empresa. Isso envolve a orquestração de sistemas e recursos, com mecanismos de escuta e resposta dando suporte para aprendizado dinâmico e otimização, promovendo a melhoria continua. A DigitalOps é vista como o começo de uma disciplina de negócios para aumentar a agilidade organizacional, usando um conjunto holístico de métodos e tecnologias habilitadoras para fornecer valor em tempo real por meio de uma plataforma digital.

O digitalops representa a competência da organização em relação a tecnologia, aonde a tecnologia deixa de ser obstáculo e passa a ser habilitadora, seja em demanda por soluções ou oferecendo soluções que impactam toda a estrutura organizacional.